COP30: Unicamp lidera pavilhão inédito que une pesquisa e política climática

  • 04/11/2025
(Foto: Reprodução)
g1 preparou 100 vídeos para explicar a COP30 Esta é a primeira vez que as universidades ganham um pavilhão dentro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. E este movimento aconteceu graças à articulação da Universidade de Campinas (Unicamp). A Unicamp envia uma delegação oficial para as conferências, desde 2017 (no Egito), mas, com o tempo, foi ampliando a sua participação. Nas COPs 28 (Emirados Árabes) e COP29 (Azerbaijão), a instituição se inseriu em uma rede de universidades sustentáveis, que culminou no envio de uma carta assinada por diversas universidades pedindo a criação de um pavilhão. O chamado Pavilhão das Universidades (Higher Education for Climate Action em inglês) se torna realidade na COP30, sediada em Belém (PA), com previsão para acontecer entre 10 e 21 de novembro. Trata-se de um espaço na Zona Azul (Blue Zone em inglês) — local onde acontecem as maiores discussões e tomadas de decisões. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Campinas no WhatsApp O pavilhão é liderado pela Unicamp em parceria com o instituto mexicano Tecnológico de Monterrey, cuja proposta é mostrar que, para além da pesquisa, ensino e extensão, as universidades são importantes como laboratórios de soluções para o enfrentamento da mudança climática, tanto em termos de tecnologias como no apoio à construção de políticas públicas. "Esse movimento estabelece a presença das universidades em caráter nacional, mas, também global, como parte importante para a discussão da política climática, tanto para o oferecimento de informação científica, quanto para poder colocar as universidades à disposição das políticas de implementação", explica Roberto Donato, coordenador da Comitiva da Unicamp na COP30. Outros centros acadêmicos participam da discussão sobre o papel das universidades na política climática, tais como USP, UNESP, Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal do Mato Grosso. Comitiva da Unicamp Área da Blue Zone, construída no Parque da Cidade, em Belém. Reprodução / DMDL A delegação da Unicamp é composta por 16 pessoas, sendo nove da Comitiva Institucional e sete e da Comitiva Acadêmica. Além da programação do Pavilhão das Universidades, os membros também participarão de eventos em outros locais como Pavilhão da Ciência, Pavilhão Indígena, Pavilhão do IPHAN, Zona Verde, Cúpula dos Povos, entre outros. Entre os destaques apresentados pela Unicamp está a "máquina do tempo" construída em meio a Amazônia. Chamado de AmazonFACE, o maior experimento de ecologia tropical do planeta está prestes a ser inaugurado e tenta prever como serão as emissões de gás carbônico em 2050 e seus impactos na floresta — saiba mais aqui. A Unicamp também aproveitará o momento da COP30 para buscar financiamento para a implementação de um projeto em andamento: a criação de um distrito de inovação e sustentabilidade em Campinas na região que engloba Unicamp, PUC-Campinas, Facamp, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o acelerador de partículas Sirius, entre outros equipamentos — saiba mais aqui. Temas abordados A universidade apresentará uma série de paineis que abordam desde transição energética, passando por saúde mental a projetos de adaptação indígena. Veja abaixo a os temas previstos pela Unicamp na COP30*: Sustentabilidade nas universidades Áreas verdes, corredores ecológicos, PLAC e Parque Linear Juventudes Amazônidas pelo Clima: Saberes e Ações Locais Distritos de inovação domo drivers de sustentabilidade Saúde mental, território costeiros e justiça climática Descarbonização até 2050: Desafios e Oportunidades para a Cooperação Sul-Sul Transição energética Mudanças climáticas e o patrimônio cultural brasileiro Indígenas por Memória e Justiça Climática Projetos de adaptação indígena brasileira Caminhos para a descarbonização da mobilidade Universidade como Laboratório Vivo: Transição Energética no Transporte Preparação para a COP30 Unicamp Reprodução/EPTV Antes de escolher quais pesquisas seriam apresentadas na COP30, a Unicamp realizou um fórum sobre mudanças climáticas com o objetivo de mapear as produções cientíticas em andamento. O levantamento preliminar reuniu cerca de 40 estudos, que vão desde meteorologia até saúde e artes cênicas. Leia mais: De 'máquina do tempo' a política fiscal verde: Unicamp mapeia pesquisas sobre mudanças climáticas como preparação para COP30 AmazonFACE, a máquina do tempo AmazonFACE, experimento, gás carbônico, Amazônia, Manaus Maria Clara Ferreira Guimarães/AmazonFACE David Lapola também é coordenador científico do projeto AmazonFACE (acrônimo para free air CO₂ enrichment, em inglês, ou enriquecimento de CO₂ ao ar livre). O experimento inédito é conduzido por pesquisadores da Unicamp, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o governo britânico, e deve durar pelo menos uma década. O apelido "máquina do tempo" se dá porque o experimento tenta simular, em meio à floresta (a cerca de 100 quilômetros de Manaus), as emissões de carbono previstas para 2050. A ideia é tentar prever como a floresta se comporta diante de cenários de aumento da emissão de carbono na atmosfera. De acordo com Donato, trata-se da pesquisa "com maior fôlego, maior visibilidade, com uma contribuição mais direta às discussões que vão acontecer na COP30". "Esse projeto mostra a capacidade do Brasil de contribuir significativamente para as discussões do núcleo da discussão climática da COP. O AmazonFACE pode acelerar cenários e tendências que podem contribuir para a melhoria ou para o avanço das negociações", explica Donato. Leia também: Cientistas constroem 'máquina do tempo' para entender efeitos de mudanças climáticas na Amazônia O que o aumento de gás carbônico na Amazônia significa para populações da região e do mundo Entenda as 6 linhas de investigação do estudo que usa 'máquina do tempo' para desvendar futuro da Amazônia Distrito 'sustentável' em Campinas Outro projeto de destaque, que irá procurar financiamento na COP30, é a criação do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS). Trata-se da construção de um distrito de inovação e sustentabilidade em Campinas na região que engloba Unicamp, PUC-Campinas, Facamp, Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o acelerador de partículas Sirius, entre outros equipamentos. O objetivo é que o distrito se torne modelo para a transição ecológica brasileira, possibilitando acelerar desenvolvimento econômico aliado a políticas de sustentabilidade e política climática. "Nós teremos uma espécie de laboratório vivo de articulação entre universidade e sociedade civil, para mostrar que modelos podem ser favoráveis à construção da sustentabilidade", explica o coordenador. O plano de uso e ocupação do espaço está em fase de implantação e prevê: corredor ecológico; vila das Startups; fazenda agrovoltaica (produção de energia fotovoltaica, com produção agrícola embaixo das placas); áreas de caminhabilidade, uso social e campos experimentais. Perímetro do Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS) de Barão Geraldo Prefeitura de Campinas VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/11/04/cop30-unicamp-lidera-pavilhao-inedito-que-tenta-aproximar-pesquisas-de-politicas-publicas.ghtml


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