Intoxicação por metanol: Prefeitura de Campinas alerta para que serviços de saúde notifiquem suspeitas à Unicamp
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar
Em um alerta emitido nesta quinta-feira (2), a Secretaria de Saúde de Campinas (SP) reforçou a orientação para que todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol sejam comunicados imediatamente ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), da Unicamp, e à Vigilância em Saúde.
As orientações foram repassadas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) para os serviços de saúde públicos e privados. Segundo a prefeitura, o município não teve nenhuma notificação de caso suspeito de intoxicação por metanol em 2025.
O documento reforça as orientações enviadas a todos os estados pelo Ministério da Saúde e pede que todos os serviços permaneçam atentos para pacientes que apresentarem sintomas como:
fotofobia (sensibilidade excessiva à luz)
dor de cabeça
enjoo
vômitos
dor abdominal
dificuldade para respirar
perda parcial ou total da visão
"Todos os casos suspeitos devem ser discutidos com o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) do Hospital de Clínicas da Unicamp, referência discussão clínica e para realização de exames específicos", diz a nota.
Uma portaria do governo federal determina que casos de intoxicação exógena (como medicamentos, produtos químicos, drogas, alimentos contaminados ou venenos naturais) são de notificação compulsória.
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A obrigatoriedade de notificação imediata à Vigilância em Saúde foi determinada por se tratar de um evento de saúde pública, ou seja, uma situação que pode representar risco à saúde da população.
Itoxicação por metanol a partir do consumo de bebidas alcoólicas batizadas - como gim, vodca e whisky - já provocou casos de internação grave
Unsplash
Alerta do Procon
Nesta quinta, o Procon Campinas e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e a Vigilância Sanitária de Alimentos da Secretaria Municipal de Saúde, também emitiram um comunicado para orientar os fornecedores de bebidas alcoólicas.
O documento reforça que, caso haja suspeita de adulteração, o comerciante deve:
interromper imediatamente a venda ou serviço do lote;
isolar as unidades;
registrar horário e responsáveis;
preservar evidências (caixas, garrafas, rótulos);
e manter ao menos uma amostra íntegra por lote para eventual perícia.
Os órgãos reforçam que a segurança dos consumidores depende da responsabilidade de toda a cadeia comercial, e que o cumprimento rigoroso dessas orientações é fundamental para a proteção dos consumidores e para a conformidade com a legislação vigente, prevenindo riscos à saúde e fraudes no mercado de consumo.
Veja as recomendações completas
Casos de intoxicação por metanol
O Brasil registrou 43 notificações de intoxicação por metanol até esta quarta-feira (1º), de acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional).
Desses, 39 são em São Paulo — sendo 10 casos confirmados de intoxicação por metanol em bebida e 29 em investigação — e 4 em investigação em Pernambuco. Foi registrada uma morte em São Paulo, enquanto outras sete seguem em investigação, cinco em São Paulo e dois em Pernambuco.
A intoxicação por metanol a partir do consumo de bebidas alcoólicas batizadas — como gim, vodca e whisky — já provocou casos de internação grave, perda de visão e até mortes no estado de São Paulo nas últimas semanas.
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
Até o momento, seis mortes em São Paulo estão relacionadas à intoxicação. Uma delas já foi comprovadamente causada pelo consumo de bebida adulterada, enquanto outras cinco seguem em apuração.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
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